
Extinto na natureza, o leão do Atlas - a maior subespécie de leão - só pode ser encontrado em zoológicos
Foto: EFE
Muitos criticam, outros adoram e muitos governos apoiam.
Apesar do caráter controverso dos zoológicos (de aprisionar animais), as
instituições se defendem e investem pesado na preservação de espécies e
subespécies ameaçadas de extinção. Algumas, inclusive, já extintas na
natureza, como o leão do Atlas, também conhecido como leão berbere (Panthera leo leo).
O maior dos leões só existe hoje por causa de programas de proteção e do
trabalho dos zoológicos, já que desapareceu do norte da África. Na
metade do século XX, quando os últimos espécimes sumiram da natureza,
ele só poderia ser visto no zoo de Rabat, no Marrocos. A reprodução
controlada faz com o que o animal hoje possa ser visto em outros locais,
principalmente na Europa.
Contudo, apesar do lado nobre desses estabelecimentos, eles sofrem com
muitas críticas de especialistas. Sônia Teresinha Felipe, doutora em
filosofia moral e professora da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), afirmou em entrevista ao Terra que a preservação da bagagem genética de uma espécie não é o suficiente para salvá-la.
"O que os zoos fazem é procurar a reprodução biológica de espécies
ameaçadas de extinção. Mas, quando falamos em preservar espécies não
pensamos que uma espécie seja constituída apenas por sua bagagem
genética. Cada espécie animal precisa de um espírito específico, que
permita a preservação daquele tipo de vida de forma autônoma. Isso os
zoos não podem fazer. No máximo, o que eles preservam, é o banco
genético. (...) Guardamos, assim, o patrimônio genético, que é matéria
biológica. Matamos o patrimônio genuinamente 'animal' dessas espécies."
Quer saber mais sobre o assunto? Veja aqui o especial do Terra
sobre o tema com a entrevista na íntegra de Sônia Felipe e também do
biólogo Marcelo Link, do zoológico de Sapucaia do Sul, no Rio Grande do
Sul.